19 de janeiro de 2009

Canta, poeta, canta!
Violenta o silêncio conformado.
Cega com outra luz a luz do dia.
Desassossega o mundo sossegado.
Ensina a cada alma a sua rebeldia.


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Versos do poeta-médico e resistente que nasceu a 12 de Agosto de 1907 em São Martinho de Anta, concelho de Sabrosa, e faleceu em Coimbra a 17 de Janeiro de 1995. Há, portanto, 14 anos e dois dias.

Vale a pena lê-lo nestes dias conturbados! A ele e a outros como Sophia:

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Porque
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Porque os outros se mascaram mas tu não
Porque os outros usam a virtude
Para comprar o que não tem perdão.
Porque os outros têm medo mas tu não.
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Porque os outros são os túmulos caiados
Onde germina calada a podridão.
Porque os outros se calam mas tu não.
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Porque os outros se compram e se vendem
E os seus gestos dão sempre dividendo.
Porque os outros são hábeis mas tu não.
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Porque os outros vão à sombra dos abrigos
E tu vais de mãos dadas com os perigos.
Porque os outros calculam mas tu não.

2 comentários:

Anabela Magalhães disse...

Excelente post, Elsa!
Beijinhos de uma grevista :):):)

EMD disse...

Quando não encontramos as palavras certas é só pedi-las emprestadas aos poetas.
Obrigada pelos beijinhos que esta grevista retribui.