28 de dezembro de 2009

Festa de Natal do 8º Ano

No penúltimo dia de aulas, os alunos do 8º ano representaram duas peças adaptadas dos contos "A História da Gata Borralheira" de Sophia de Mello Breyner Andersen, turma B, e "O Príncipe Feliz "de Óscar Wilde, turma A, na Biblioteca da nossa Escola.
As peças foram preparadas na disciplina de Língua Portuguesa, com a professora Maria José Soares, e a elas assistiram os pais e familiares bem como alguns professores das turmas.
No final houve cânticos de Natal em Inglês, Espanhol e Francês e um lanchinho.
JR - 8ºA.

24 de dezembro de 2009

21 de dezembro de 2009

Leituras de Natal III - Série III

Afinal, sempre há lugar na estalagem

Era uma noite fria e com muito vento em Nairobi, no Quénia. Os aguaceiros de chuva tropical não paravam de cair desde a tarde. Num enorme bairro de lata perto do nosso hospital da Missão de Santa Maria, nasceu, em segredo, uma menina não desejada, que foi atirada para uma lixeira com um cheiro nauseabundo. Durante toda a noite, esta criança esteve exposta à chuva e ao frio. Na manhã seguinte, umas pessoas do mesmo bairro descobriram-na no meio do lixo e trouxeram-na para o hospital. Vinha roxa e com a pele enrugada devido à chuva. Estava tão fria que o termómetro não conseguiu registar a sua temperatura, e a respiração era bastante fraca.
As enfermeiras do hospital conseguiram trazer esta criança de volta à vida, utilizando garrafas de água quente para a aquecerem com suavidade, oxigénio, glicose e doses ilimitadas de amor. Tiraram-lhe da boca e dos ouvidos insectos que trouxera da lixeira. No dia seguinte, a menina começou a ser alimentada a biberão. Foi-lhe dado o nome de Hazina (que significa “Tesouro” na língua suahili) e, agora, esta robusta criança reside numa enfermaria recém-inaugurada no nosso hospital.
Agradecemos a Deus pela graça que ela representa para todos nós, enquanto Centro Católico de Prestação de Cuidados de Saúde aos Pobres.
Talvez esta criança nos tenha trazido uma mensagem de Natal sobre a qual devemos reflectir. Ao longo da nossa vida, cada um de nós deve corresponder ao amor que nos é oferecido pelos outros. Devemos também experimentar o amor vivificante de Cristo na nossa vida durante esta época especial e deixarmo-nos enriquecer interiormente por ele.

20 de dezembro de 2009

É NATAL, É NATAL, É NA CAMPOS MELO!!

Pois é!! Na Campos Melo, o Natal também está visível !! No átrio a árvore original não esconde a ARTE e a criatividade sempre presentes na nossa escola.
Na Biblioteca, com a colaboração da nossa "mãos de fada" D. Cristina, a árvore e o presépio ficaram lindos!!










17 de dezembro de 2009

Grupo de Danças Regionais da ESCM

GRUPO DE DANÇAS REGIONAIS DA ESCM

O Grupo de Danças Regionais da ESCM irá participar no espectáculo promovido pela Caritas Portuguesa, que se realizará no dia 19 do corrente, no Teatro Cine desta cidade, pelas 15h 30m.
O Grupo irá dançar ao som do acordeão, tocado pelo aluno Diogo Miguel Martins, do 11º ano do Curso Profissional “Técnico de Manutenção - Aeronaves”.

16 de dezembro de 2009

Peças do mês de Outubro e Novembro de 2009

É um aparelho que permite a reprodução de documentos.

A reprodução faz-se a partir de um original manuscrito, dactilografado ou desenhado em papel stencil. Era utilizado na Escola para a reprodução de documentos(Testes, Fichas, etc.), tendo sido substituído pelas fotocopiadoras.

Trabalhos manuais individuais realizados na Escola Industrial e Comercial Campos Melo por alunas do Curso de Formação Feminina no âmbito da disciplina de Lavores, sob orientação das professoras Maria Augusta Raínha e Rosa Maria Raínha, para aplicação das técnicas adquiridas sobre bordados portugueses.

15 de dezembro de 2009

Feira do Livro


Está a decorrer, até dia 18 de Dezembro, a tradicional feira do livro na Biblioteca da ESCM.
Aconselho uma visita porque existe uma grande diversidade de livros para todos os gostos.

14 de dezembro de 2009

"Natal" na ESCM


Nasceu o “Badjeras” no Laboratório de Biologia

Olá sou o Badjeras. Nasci na passada 6ªfeira de manhã ou 5ªfeira ao final da tarde. Não sei bem quando foi pois a enfermeira de serviço, a Ana Barroso do 12º A, visitou-nos a mim e aos meus irmãozinhos, na incubadora improvisada instalada no Laboratório de Biologia, ontem ao final da manhã e nessa altura eu ainda estava no meu ovo.







Quando os alunos do 12º A e B chegaram ao Laboratório para participarem na aula de Biologia ouviram-me piar. Abriram a porta da estufa e eis que apanharam um valente susto: lá estava eu, todo frágil, à espera que me tirassem dali. O espanto passou rapidamente à alegria generalizada e a confusão instalou-se no laboratório pois, tal como os pais babados, ninguém sabia muito bem o que fazer comigo. Muitos alunos estavam confiantes que iria nascer… outros não tinham essa expectativa, incluindo o professor, que sempre mostrou algumas reservas quanto ao sucesso do nosso nascimento. O Norberto Costa, que já tinha muita prática em alimentação de aves, foi rapidamente buscar um conta-gotas para me dar água a beber. Outros alunos foram a correr para a Internet, para encontrar respostas sobre o que fazer com um pintainho recém-nascido.




Após a agitação inicial, improvisaram uma cama e um quartinho para eu descansar. É que aquela agitação toda deixou-me cansado e a luz da sala ainda me estava a incomodar. O resto da aula foi passada com o meu piar insistente em busca de colo e atenção. A Vânia Neves, a minha mãe adoptiva, levou-me com o consentimento do João Marques – o meu pai adoptivo, para um galinheiro, onde me vou juntar a outras galinhas e galos que a minha avó já possui. Hoje foi um dia de festa pois até a minha avó, tão contente que estava, foi buscar-me de carro à escola, para chegar mais depressa à minha nova morada. Os meus companheiros de estufa ainda estão no laboratório, à espera da sua vez para verem a luz do dia.

Os alunos de Biologia do 12º A e B

13 de dezembro de 2009

Ninho de Poetas

Mudança

De um momento para o outro
Decidi que iria mudar
Foi uma mudança acertada
Pois a partir daí,vivo para animar

Sinto-me mais feliz
E ando constantemente com um sorriso
Com amigos e alegria
Já tenho o que preciso

Agora já me valorizo
E sei que não sou menos que ninguém
Sou como sou
E não como quer um alguém

A vida são dois dias
E foram feitos para viver
Vou-me divertir ao maximo
E, quem sabe, não mais sofrer!


Iolanda, 11ºG

12 de dezembro de 2009

Leituras de Natal II - Série III

A Batalha de Natal


— Só mais seis dias — disse Neli.
Enquanto a filha tentava assobiar Noite Feliz, a mãe repetiu, pensativa, numa voz que não soava alegre:
— Ainda seis dias.
Após uma curta pausa, prosseguiu, suspirando:
— Se tudo já tivesse passado!
Com o assobio suspenso no ar, Neli olhou para a mãe com ar estupefacto:
— Não estás contente?
— Claro que sim, mas já estou pelos cabelos com esta agitação toda!
Como Neli não tinha aulas à tarde, foi patinar com uma amiga. Ao cair da noite, dirigiu-se ao supermercado onde a mãe trabalhava. Havia tanto movimento que o lugar mais parecia uma colmeia. A mãe estava sentada numa cadeira giratória, diante de uma das seis caixas registadoras. Os produtos chegavam-lhe num tapete rolante. Enquanto a mão direita marcava os números no teclado, a mão esquerda rodava as embalagens para que a máquina pudesse ler os códigos. Finda a operação, os produtos eram colocados, um a um, no carrinho de compras. Quando acabava de marcar tudo, a mão direita carregava na tecla do total e rasgava o talão, enquanto a esquerda afastava o carro cheio e puxava o próximo, vazio, para junto dela.
— Que bem fazes isso — dissera-lhe Neli uma vez. — Eu faria tudo devagar e, ainda por cima, metade saía mal.— Ora — dissera a mãe a rir. — É uma questão de treino. Quando comecei, também não era assim tão despachada. Não encontrava a etiqueta com o preço e, muitas vezes, carregava nas teclas erradas. Como tinham de esperar, as pessoas resmungavam. Agora já quase consigo fazer isto automaticamente.
— Como um robô! — Neli riu-se.
E se tivesse um robô como mãe? Nunca teria dores de cabeça, nem à noite estaria tão cansada. Mas um robô não tem coração e, por isso, Neli preferia a mãe tal como era, mesmo quando, em certas noites, quase nem conseguia falar de tão cansada!
Só mais quatro dias.
Só mais três.
As filas nas caixas eram cada vez mais longas. As pessoas abasteciam-se de comida como se o Natal durasse meio ano. Com um ruído sibilante, as portas automáticas abriam e fechavam, abriam e fechavam. A mãe sentia nas costas a corrente de ar e os cartões pendurados no tecto balançavam de um lado para o outro.Um sino de Natal, por cima da cabeça da mãe, tinha escrito a vermelho: PROMOÇÃO: Bombons, 250 gr, a preço especial.Perto dele balançava um anjo de papel com uma faixa nas mãos, como nas igrejas, mas onde não estava escrito Paz na terra aos homens de boa vontade, mas sim Fiambre para o Natal a 15,80€/kg.
Os altifalantes debitavam música de Natal:
Noite feliz…
Cabeça de anho
Noite feliz…
DescafeinadoPapel higiénico de três folhas
O Senhor…
Lenços com monograma
Mostarda
Nasceu em Belém…
A mãe suspirava e, com um movimento rápido, limpava o suor do lábio com as costas da mão. Os clientes, impacientes, esperavam, apoiando-se ora numa, ora na outra perna. De olhar ausente, nem olhavam para a senhora da caixa, pensando apenas no regresso a casa com os sacos pesados e o eléctrico cheio.
Ufa!
Só mais três dias, e acabaria tudo.
— Vou fazer um jantar como o do ano passado — disse a mãe, à noite, virando-se para Neli. — Patê em folhas de alface, porco assado, batatas fritas, feijão e, para sobremesa, creme de chocolate de lata com peras.
No dia 24 de Dezembro, a loja só estava aberta até às quatro horas da tarde. Em seguida, os empregados podiam comprar, com um desconto de 15%, os produtos que tinham sobrado. A mãe de Neli achava que valia a pena e, por isso, tinha guardado as compras maiores para essa altura: uma pasta escolar para Neli, uma boneca, lápis de cor, um anoraque para o pai, e a comida para a ceia de Natal.
Na sala do pessoal, houve um lanche para todos os empregados.
— A batalha de Natal foi mais uma vez vencida — alegrou-se o chefe do pessoal, que proferiu mais umas palavras elogiosas.
Depois foram servidos pãezinhos com fiambre e um copo de vinho a cada um.
Após o lanche, a mãe de Neli deixou ficar os gordos sacos de compras esquecidos na sala do pessoal. Só reparou quando já estava na paragem do autocarro. “As minhas prendas! Todas aquelas coisas boas para a ceia!”, pensou assustada.
Mas a loja já estava fechada e, antes do dia 27, não voltava a abrir. Chegou a casa de mãos vazias.
Nessa noite, apesar de tudo, festejaram o Natal. O pai acendeu as velas da árvore de Natal e Neli recitou um poema. Só se lembrou das duas primeiras estrofes e depois encravou, mas a mãe achou-o muito bonito e o pai nem reparou que ainda continuava. O jantar foi mais curto do que o planeado. Por sorte, a mãe já tinha comprado o assado e havia batatas em casa, mas não houve entrada nem sobremesa. Trincaram nozes e comeram maçãs.
— Assim, não fico com o estômago tão pesado como no ano passado — disse o pai. — Comidas pesadas não me caem bem.
Também não havia muito que desembrulhar.

Por isso, sobrou tempo. Muito tempo.
Neli foi buscar o jogo “Memory” que recebera no Natal anterior. Durante o ano inteiro, esperara, em vão, todos os domingos, que alguém tivesse tempo para jogar com ela.Agora, os pais tinham tempo.
O pai nunca tinha jogado “Memory”. Ao fim de algum tempo, Neli já tinha encontrado sete pares de cartas, a mãe três, e o pai, que geralmente queria ganhar sempre, procurava constantemente no sítio errado.Tentava alguns truques, pondo, sem ninguém dar conta, migalhinhas de pão em cima das cartas que tinha decorado, ou pousava as mãos na mesa, de forma a que o polegar indicasse a direcção em que estava uma determinada carta. Mas Neli descobriu-lhe a jogada. Jogaram mais duas ou três vezes e o pai não se zangou por perder sempre. Depois, ainda jogaram o jogo do assalto.
À meia-noite, o pai apagou a luz e ficaram a olhar pela janela. A neve reflectia uma luz clara e ouviam-se os sinos a tocar.
— A esta hora, há quase dois mil anos, nasceu Jesus — disse a mãe, e Neli reparou que, afinal, a mãe estava contente por ser Natal.
Ao ir para a cama, Neli disse:
— Este foi um Natal muito bonito.
— A sério? — perguntou a mãe, admirada. — Mas não houve ceia nem prendas quase nenhumas.
— Mas houve muito tempo — respondeu Neli.



Jutta Modler (org.)
Brücken Bauen

Wien, Herder, 1987
(Tradução e adaptação)


via O clube de Contadores de Histórias

11 de dezembro de 2009

FERNANDO PESSOA - uma outra face

Hoje, a aula de Português foi diferente para os alunos do 12ºano...

O Professor Doutor Dionísio Vila Maior, professor na Universidade Aberta, um especialista em estudos pessoanos e um exímio orador, veio apresentar-nos a época modernista e desmistificar algumas "ideias feitas" a propósito de Fernando Pessoa.

Perante uma plateia de alunos presa ao discurso fluente, acutilante, provocatório e animado, o Doutor Dionísio Vila Maior apresentou a época modernista, recorrendo à música, a pequenos filmes da época e à pintura. Ao mesmo tempo, ia estabelecendo paralelos entre os acontecimentos marcantes daquela época com as vivências da actualidade.

Sobre Fernando Pessoa referiu, vincadamente, a genialidade que o define, deu a conhecer a sua vasta e diversificada obra e debruçou-se sobre a génese dos heterónimos, fazendo uma leitura crítica e surpreendente da carta de Fernando Pessoa dirigida a Adolfo Casais Monteiro.


Desmistificou ideias e preconceitos relativamente à personalidade e hábitos do Poeta, salientou o comprovado trabalho e empenho que este impunha a si próprio em tudo o que fazia e lançou um apelo aos alunos para o tomarem como exemplo, dando o máximo em tudo o que se propuserem fazer, tendo brio em todas as actividades que desenvolverem, pois nada se consegue sem um trabalho afincado e persistente.

O Doutor Dionísio Vila Maior teve, ainda, a amabilidade de oferecer a todos os presentes um dos livros da sua autoria "Introdução ao Modernismo".

As Professoras
Elsa Duarte (fotos) e Mª do Carmo Abrantes(texto)

10 de dezembro de 2009

Direitos Humanos

Celebra-se hoje, dia 10 de Dezembro, a doção em 1948, pela Organização das Nações Unidas (ONU), da Declaração Universal dos Direitos Humanos.
A Declaração nasceu em resposta à barbárie praticada pelo nazismo contra judeus, comunistas, ciganos e homossexuais e também às bombas atómicas lançadas pelos Estados Unidos sobre Hiroshima e Nagazaki, que mataram milhares de inocentes.

Human rights declaration from france multiculturelle on Vimeo.



Obrigado pela dica ao José Pereira.

9 de dezembro de 2009

E a Estrela aqui tão perto...


Os alunos dos Cursos Profissionais das turmas F, G, H e I realizaram uma visita de Estudo ao Centro de Interpretação da Serra da Estrela e ao Museu do Pão, no passado dia 27 de Novembro, no âmbito das disciplinas de Área de Integração, Economia, TIC, AISE, Educação Física.
Aqui ficam alguns registos do dia.

...
..
...

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CENTRO DE INTERPRETAÇÃO DA SERRA DA ESTRELA (cise-seia.org.pt)
MUSEU DO PÃO (museudopao.pt)

6 de dezembro de 2009

O PES da ESCM na TV

Passou hoje no "Primeiro Jornal" da SIC a reportagem efectuada pela jornalista Patrícia Figueiredo, gravada na passada quinta-feira.
A sessão do Projecto de Educação para a Saúde (PES) era sobre o tema da violência no namoro e decorreu no Gabinete do Aluno. Os protagonistas são a professora Regina Conceição e o 9º B .
Grande lição, pessoal!

5 de dezembro de 2009

Ninho de Poetas

Amigos

Amigos não se compram ...
conquistam-se...
Amizade não se estraga ...
Valoriza-se...
Uma amizade vale mais que
Um tesouro;
Um livro;
Um oceano ;
A amizade é o nosso bem precioso!



Tenta...

Tenta tocar no ar;
verás que é impossível...
Tenta tocar na água ;
verás que é impossível...
Tenta acalmar o tempo;
verás que é impossível...
Tenta esconder o sol;
verás que é impossível...
Mas tenta quebrar um silêncio,
isso já podes fazer!

Natércia Carvalho, 11ºF

3 de dezembro de 2009

Leituras de Natal - I- Série III

O Primeiro Natal em Portugal

É véspera de Natal. Mas não para Irina. Para ela só será Natal a 7 de Janeiro, quando as aulas tiverem recomeçado.

A mãe aproveita umas horas extra, na pastelaria, para preparar fornadas de bolos-reis.

O pai, antes de sair, marcou-lhe páginas e páginas de trabalhos de casa. É preciso, para poder acompanhar os colegas,

Folheando o dicionário, a pequena ucraniana procura as palavras portuguesas que há-de escrever em frente das que tão bem conhece.

ОЛiВЕДЬ — lápis

ЗОШИТ — caderno

КИГА — livro

ШКОЛА — escola

Tudo diferente! Até o abecedário... Na escola, os outros fazem pouco dela e chamam-lhe “língua de trapos”. Que quererá isso dizer?

Vai à página 190, logo em seguida à 293. Era de calcular...

Tem, no entanto, orgulho em ser a melhor a matemática. Ninguém a bate em contas. Quando a professora entrega os testes e lhe dá vinte, há sempre um grupinho irritado que, no recreio seguinte, se junta, numa roda, à sua volta, cantarolando:


Irina, Irina, Irina,

Que menina tão fina!

Tem cara cor de sal,

Olhos cor de piscina.

Cabelos cor de margarina.

Ai, doem-te as saudades?

Vai tomar aspirina.


Na Ucrânia deixou tantos amigos...

Evita aqueles olhos escuros que se fixam nela, uns curiosos, outros trocistas, outros indiferentes.

Sente-se como uma extraterrestre. Porque é que os pais a mandaram vir?

Isola-se no recreio, a um canto, tentando desvendar a algaraviada das conversas. Às vezes, o Afonso murmura-lhe ao ouvido um segredo:

— Pareces uma fada!

E foge logo a correr.

Que palavrão será “fada”? Nem vale a pena procurar no dicionário. Algumas palavras que lhe dizem nem sequer lá vêm. A princípio ainda perguntou à mulher da limpeza o que significavam mas ela empurrou-a com a esfregona.

— Ordinária! Estes imigrantes mal sabem falar mas fixam logo a porcaria... Porque não voltam para o sítio de onde vieram?

Com lágrimas nos olhos, Irina vai agora à janela e vê as luzinhas acender e apagar nas árvores despidas. Por trás das paredes deslavadas das velhas casas, decerto se celebra a consoada. Como será?

Doze pratos se punham na mesa de festa no Natal da sua terra. Uma em memória de cada apóstolo.

É Natal em Portugal. Que interessa? A família está dispersa. A mãe a fazer bolos-reis que não vai provar porque para os ortodoxos é tempo de sacrifício e jejum. O pai lá anda, na construção civil. Como mais ninguém queria trabalhar na noite de 24, foi, sozinho, pintar um café que está a ser remodelado, ao fundo da rua. Os dois irmãos mais novos ficaram em Priluki, lá longe, com a avó.

Irina aquece a sopa e arranja uma sandes de queijo. Como pesa o silêncio!

De repente, sente um grito abafado no andar de cima. Algum assalto? Alguém que caiu? Não sentiu passos nem o baque de uma queda...

Com o coração a bater, põe-se a espreitar pelo óculo. Nada!

— Acudam! Acudam!

Mais ninguém se encontra no prédio. As lojas do rés-do-chão estão fechadas, os vizinhos do primeiro andar foram de férias. Por cima, na mansarda, mora uma rapariga nova, gorda, pálida.

Irina abalança-se a subir. A porta encontra-se apenas encostada e a miúda entra, a medo. Já ninguém grita. Um gemido fraco ecoa ao fundo do corredor.

Haverá feridos? Tem horror ao sangue. Por um momento, pensa em voltar para trás. Mas prossegue, pé ante pé, até ao quarto.

Deitada na cama, a moça, que ela conhece de vista, geme, agarrada à barriga enorme. Irina aproxima-se, repara que está alagada em suor.

— Ladrão atacar tu? Estar doente?

Tremendo, a outra responde:

— Chama o 112. O bebé vai nascer.

Que será o 112? Estará ela a delirar? Quase desfalece.

Então Irina precipita-se pela escada abaixo. A rua encontra-se deserta. Não conhece ninguém nas redondezas. Corre até ao café onde o pai está a pintar paredes.

— Pai, pai! — grita ela.

Anton desce do escadote, pousa o rolo, inquieto ao ver a filha naquela aflição.

— Que foi? Aconteceu alguma desgraça?

Mal sabe o que se passa, marca um número no telemóvel, dá a morada, pede urgência. Segue-a em passo apressado. Sobre eles desaba uma chuva gelada. Ficam com os cabelos a escorrer, encharcam os sapatos nas poças que, num instante, se formam.

Chegados ao prédio, o ucraniano galga os degraus dois a dois, entra sozinho no quarto da vizinha. A filha fica à espera.

— Irina, ferve uma panela de água. Traz-me um frasco de álcool, uma tesoura, toalhas.

A miúda obedece, confusa.

— Traz-me roupa lavada, para me mudar!

O pintor despe o fato-macaco, sujo de tinta e de pó, na casa de banho, enfia uma camisa branca, umas calças desbotadas. Esfrega as mãos e a tesoura com álcool.

— Irina, a água já ferve?

De novo no quarto, fala pausadamente com a rapariga, em voz alta. Ouve-se tudo cá fora.

— Força! Coragem! Está quase...

De súbito ouve-se o choro de um bebé.

— Entra, Irina — diz, pouco depois, o pai. — Vem ajudar. Já és crescida.

Entrega-lhe o recém-nascido.

A rapariga, na cama desalinhada, sorri.

— Embrulha-o num xailinho. Está na gaveta do meio.

Irina aconchega aquele corpo tão pequenino e frágil. Embala-o devagarinho, como fazia com as bonecas. Uma minúscula mãozinha aperta então o seu polegar.

O alarme de uma ambulância apita. Pára à entrada do edifício. Duas enfermeiras precipitam-se pela porta dentro.

— Então, viram-se atrapalhados? Um parto faz sempre confusão, principalmente aos homens.

— Sou médico — confessa o ucraniano. — Mas, em Portugal, ando nas obras...

As enfermeiras cruzam um olhar subitamente triste. Examinam a criança.

— O bebé nasceu no dia de Natal. É o nosso Menino Jesus.

A mãe olha para o homem e pergunta:

— Como é que o doutor se chama?

— Anton.

— António? Quer ser o padrinho? Vou pôr-lhe o seu nome.

As enfermeiras levam a rapariga e o bebé para a ambulância.

— Vão dar um passeio até à maternidade. Estão ambos óptimos.

— Manhã nós visitar! — exclama a garota.

Já passa da meia-noite. Pai e filha descem até ao patamar do primeiro andar. Na escada nunca há luz. Felizmente a gente do 112 usa lanternas... Mas, logo que o pessoal da ambulância se afasta, a escuridão instala-se. Às apalpadelas, o pai mete a chave na fechadura. Tropeça num embrulho.

— Que será? — espanta-se ele. — Esta é uma noite de surpresas.

Sobre o tapete de cairo está um embrulho enfeitado com um laçarote cor-de-rosa. Traz um bilhete preso com fita-cola.

Para uma fada loura.

com amizade

A menina abre-o. É um conjunto de canetas de ponta de feltro.

— O Pai Natal português não se esqueceu de ti — ri-se o médico.

— O Afonso é a única pessoa que me trata por fada — replica a Irina, um bocadinho corada.

Corre para o dicionário, passando as páginas até à número 159 e exclama, radiante:

OЗНАКА — fada

Depois, pega numa folha de papel e desenha, a amarelo, uma estrela a brilhar, a brilhar, a brilhar.


Luísa Ducla Soares
Há sempre uma estrela no Natal
Porto, Civilização Editora, 2006

Via O Clube de Contadores de Histórias: eb23s@contadoresdehistorias.com http://www.prof2000.pt/users/historias/
Biblioteca da Escola Secundária Daniel Faria – Baltar




2 de dezembro de 2009

Testemunhos de uma Secretária


“Testemunhos de uma Secretária"



Foi este o tema de uma palestra promovida pelas professoras Ana Paula Fernandes e M. Lourdes Faria no âmbito da disciplina de Técnicas de Secretariado.

Foi convidada a Professora aposentada Albertina Matos a qual, com base na sua experiência profissional e de docência do grupo disciplinar de Secretariado, focou a sua intervenção na temática das qualidades pessoais e profissionais, no sentido de ajudar os alunos a criarem uma consciência profissional que lhes permita responder às exigências actuais desta profissão.

A palestra teve lugar no dia 20 de Novembro na sala 30 da ESCM e nela participaram os alunos do 10º G, bem como as professoras da disciplina.

À professora Albertina Matos apresentamos os nossos agradecimentos pelo valioso contributo para a formação dos nossos alunos.

Ana Paula Vergamota e Mª de Lourdes Faria

1 de dezembro de 2009

Porque a Sida Existe

Nestes últimos tempos, em que andamos muito preocupados com o H1N1, não nos podemos esquecer que existe por aí um vírus silencioso e mortal, mas para o qual existe protecção simples e muito eficaz.
A SIDA existe e o dia 1 de Dezembro lembra-nos isso.
A nossa Escola também não fica indiferente nesta data e, durante o resto da semana, os alunos de 9º ano defenderão a causa.
Estejam atentos.

Professora Regina Conceição


Imagem daqui

30 de novembro de 2009

3 anos na rede

Não podemos deixar passar a data sem cantarmos os parabéns a... nós!
Ora vamos lá!


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E para melhor assinalar a data, o clube do jornal tem uma Nova Página Web, a que pode aceder na coluna ao lado ou por aqui.