Ainda sobre o XIV Sarau...
Não fui eu que o escrevi, mas sinto as palavras da autora e colega como fossem minhas. Estou certa de que muitos outros partilham estes sentimentos, a começar pelas organizadoras do sarau. Já lho dediquei em particular. Faço-o agora publicamente.
Ah, deixem-me sonhar
Com um sarau cultural,
Também há objectivos na poesia,
E hoje quero respirar do caos,
E sepultar a burocracia.
Ah, que bom seria uma escola de pé,
Com lavrares de canto, dança, sinfonia,
E um marulhar de palavras decantadas,
Onde luzisse o Tejo e a maresia.
Ah, não me levem a mal
Esta minha loucura,
Só a idade já dobra
Este amor que é de sobra.
Já são quase sessenta
Os anos que me dei
Com todo o meu arrojo
De mulher de letras, Deixem-me hoje pensar
Que o resto são tretas.
Já são quase sessenta...
Mas antes que Khrónos
Apresse o passo
Sem me avisar,
Deixem-me degustar
Um sarau cultural,
Com as palavras do poeta
Na sua língua morena
“Tudo vale a pena se a alma não é pequena”.
Com lavrares de canto, dança, sinfonia,
E um marulhar de palavras decantadas,
Onde luzisse o Tejo e a maresia.
Ah, não me levem a mal
Esta minha loucura,
Só a idade já dobra
Este amor que é de sobra.
Já são quase sessenta
Os anos que me dei
Com todo o meu arrojo
De mulher de letras, Deixem-me hoje pensar
Que o resto são tretas.
Já são quase sessenta...
Mas antes que Khrónos
Apresse o passo
Sem me avisar,
Deixem-me degustar
Um sarau cultural,
Com as palavras do poeta
Na sua língua morena
“Tudo vale a pena se a alma não é pequena”.
Isabel Fidalgo
Poema colhido no Profblog de Ramiro Marques, aqui.
1 comentário:
À colega Isabel Fidalgo que me fez navegar no teclado à conta do seu poema.
Em cada sarau cultural,
Enterrei toda a burocracia.
Todo o grande capital,
O que faz da noite, dia,
Não pode estar em harmonia,
Com a documentação legal.
Que na serra sopre o vento,
Que a neve derreta nos lajedos,
Que se queime a urze, a giesta...até mesmo o tempo!
Mas nunca a poesia, os seus encantos, os seus segredos!!
Que venha Khronos, Tanatos,
Que venha ela, a Morte!
Venha em silêncio ou num bater de pratos.
Quando morrer, direi: "Tive sorte!"
Ah, e se esta minha loucura
As pessoas levarem a mal,
Pensarem que é frescura...
Quero eu lá saber de tal!
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