2 de maio de 2010

Visita de Estudo a Lisboa

No âmbito da disciplina de Sociologia, com o professor José Augusto Espírito Santo Silva, deslocámo-nos a Lisboa no dia 6 de Março de 2010. A realidade observada nesse dia marcou muitos de nós. Agora, queremos partilha-la contigo.
Enquanto uns preferem o cinzento urbano e rítmico da cidade, outros optam pelo verde rural e pacífico do campo. Porém quais as diferenças?
Na cidade encontramos de tudo. Ao nosso alcance está a saúde, a educação, a cultura o comércio global, os empregos variados, as mil e uma formas de prazer, a sorte e a ambição. Mas na sombra vive a poluição, o crime, a poluição, a pobreza e a violência.
A “C.A.S.A”, (Centro de Apoio ao Sem Abrigo) é uma Instituição, sem fins lucrativos que foi criada em Outubro de 2007. A iniciativa partiu de um grupo de amigos, que ao se depararem com tanta pobreza tiveram a iniciativa de juntos distribuírem comida para ajudarem os mais necessitados. Amigos falaram com outros amigos de forma a obterem alguma ajuda. Começaram por distribuir 15 refeições por dia mas, como pouca gente sabia da iniciativa chegou a haver dias em que ainda sobravam refeições. Ao fim da primeira semana a noticia já tinha corrido e 15 refeições já era pouco. Mais contactos fizeram com que conseguissem arranjar mais ajuda e assim se tem mantido esta iniciativa. Presentemente, distribuem comida em três sítios: São Jorge de Arroios, Martim Moniz e Gare do Oriente. Nós tivemos a oportunidade de ajudar a distribuir em São Jorge de Arroios e na Gare do Oriente. Nesta noite serviram-se cerca de 100 refeições. A realidade observada nestes lugares foi impensável, estas pessoas atingiram o grau máximo de pobreza, perderam toda a sua dignidade. Crianças, jovens, adultos e idosos são todos afectados por esta onda de pobreza. Ficámos todos a saber que a grande maioria dos sem-abrigo estão nos grandes centros urbanos e são maioritariamente do sexo masculino. O que mais me impressionou foi ver uma criança, tão pequena e inocente já naquela situação. Algumas das pessoas que por ali passaram têm casa mas não têm dinheiro suficiente para refeições outras, dormem enrolados em caixas de papelão e assim vão sobrevivendo. Vários são os motivos que levaram a esta situação. Desgostos familiares, amorosos, financeiros, sociais e também certos vícios como o álcool e a toxicodependência. Um dado que geralmente é pouco valorizado é o do desemprego, que talvez seja aquele que demonstra a realidade do trabalho clandestino e da exploração sem direitos de quem trabalha. Muitos são emigrantes, alguns são nacionais com baixas qualificações e, em comum, têm apenas o estigma de serem mão-de-obra descartável e sem protecção social à disposição de empregadores que furam com facilidade a fiscalização das autoridades.
Percebemos que a “C.A.S.A” não distribui só comida mas também ajuda as pessoas noutras questões como por exemplo na legalização de emigrantes, de animais (para que os sem abrigo os possam ter). Muitos são os sítios que fornecem ajuda de alguma maneira comida ou roupa que são depois distribuídos pelos carenciados. Notou-se que esta equipa faz este trabalho com gosto, com dedicação e vontade. Por vezes a comida ou fruta não é suficiente para todos, sendo assim, o grupo têm um mealheiro onde vão colocando algum dinheiro conforme as suas possibilidades e quando falta algo utilizam esse dinheiro para comprar o que é preciso.

A aluna: Sónia Santiago

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