A ética de ser vegetariano
Hugo Evangelista, biólogo e representante da “Acção Animal” foi o orador convidado para uma palestra subordinada ao tema “Ética e Vegetarianismo”. A iniciativa decorreu no passado dia 6 de Dezembro, no Café Bar Covilhã Jardim, e contou com a organização do Clube Agenda 21 Escolar, da Escola Secundária Campos Melo.
A abordagem ética do vegetarianismo foi uma tónica constante na intervenção de Hugo Evangelista, que confessou ser vegetariano há sete anos. Será que os animais têm direitos? O que se entende por direito? Estas foram algumas das questões levantadas pelo representante da “Acção Animal” desafiando desde logo a participação da audiência. Para Hugo Evangelista, os animais têm desde logo direitos como “não sofrer, não ser explorado e poder viver”.
O respeito pelos animais, a preservação do ambiente e o cuidado com a saúde foram factores apontados pelo orador para justificar o vegetarianismo. Apesar de reconhecer a existência de uma tendência na maioria das pessoas para para comer carne, Hugo Evangelista sublinha que “é fácil manter um estilo de vida saudável e isento de crueldade recorrendo ao vegetarianismo”. O biólogo explica que os produtos de origem animal são ricos em proteínas porque têm todos os aminoácidos concentrados, mas se combinarmos vários tipos de alimentos de índole vegetal (cereais, vegetais, leguminosas..) conseguimos obtê-los de igual modo.
A iniciativa que decorreu em jeito de tertúlia contou com a participação activa do público que teve assim oportunidade para esclarecer dúvidas sobre as questões abordadas. No dia seguinte, Evangelista deu palestras sobre o tema aos alunos de 8º e 10º anos.
No site da “Acção Animal” é possível encontrar um vasto conjunto de informações sobre esta temática, como a legislação em vigor, aspectos relacionados com a indústria alimentar e até algumas receitas vegetarianas. Na página oficial da associação é explicado que a “Acção Animal nasceu de uma decisão ponderada e plena de determinação de um grupo independente de cidadãos com uma causa comum: a abolição das relações de aproveitamento e exploração dos animais, por parte dos humanos, e a criação duma consciência de que ambas as espécies possuem os mesmos direitos, podendo coexistir estabelecendo relações harmoniosas, fundadas no mutualismo”.
2 comentários:
Perdoem-me mas vou ter de fazer algumas ressalvas a este texto, por me terem textualmente citado de forma incorrecta em algumas das coisas aqui escritas.
Duvido sinceramente tê-las dito e se as disse foi num contexto diferente, o que faz com que a sua separação do contexto as desvirtue.
Calculo também que a ausência de microfone e o barulho na sala tenham dificultado a correcta audição de todos os intervenientes.
Peço a todas as pessoas interessadas neste tema que tenham em conta as seguintes correcções e acrescentos.
-"Apesar de reconhecer a existência de uma “predisposição humana para comer carne”"
Predisposição significa "tendência natural" e é totalmente falso que exista uma tendência natural para os humanos comerem carne.
Existe, no entanto, um sistema social que nos leva a acreditar que isso é verdade e existe também a capacidade de os humanos comerem carne, mas daí a dizermos que à uma predisposição para comermos carne é um grande e falacioso passo.
- “os produtos de origem animal são ricos em proteínas porque têm os aminoácidos essenciais nas quantidades e proporções certas”
Eu nunca disse isto. Digo que a carne tem todos os aminoácidos essenciais, mas também disse que, apesar disso, tem muito mais proteínas do que as que necessárias pelos os humanos, o que leva a problemas de obesidade, colesterol e AVCs mais frequentes em "comedores de carne"
- "há muitos vegetais que têm aminoácidos quase equivalentes, e que o importante é ingerir as proporções certas"
Também nunca posso ter dito isto. Os aminoácidos são iguais nos vegetais e animais. A diferença que disse que existia é que enquanto na carne, esta tem todos os aminoácidos, nos vegetais somos obrigados a ir buscar todos os aminoácidos a diferentes grupos (cereais, legumes e leguminosas).
Feitas as ressalvas, agradeço novamente a oportunidade de estar presente nete fantástico espaço com um óptimo ambiente e com gente maravilhosa.
Olá. Peço imensa desculpa. O texto foi baseado em citações que apontei. Posso ter ouvido mal ou o Hugo pode não se ter expressado bem. Já efectuei as devidas correcções.
Obrigado nós.
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